Saiba se quem falece de Covid-19 pode doar órgãos.
Durante a pandemia do coronavírus, o Brasil registrou um número elevado de mortes causadas pela Covid-19. Atualmente, graças à vacinação, temos uma tendência de queda desse número.
Mas, ainda assim existe o aumento da fila de espera por transplantes, pois as doações de órgãos durante a pandemia apresentaram uma queda elevada.
Queda de doação de órgãos no Brasil durante a pandemia
Um levantamento realizado pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) demonstrou que o número de doadores caiu 26% no país, no primeiro trimestre de 2021.
Nesse cenário, os transplantes mais afetados foram os de pulmão (62%), rim (34%), coração (34%) e fígado (28%).
Antes da pandemia, a estimativa para 2020 era de 20 doadores por milhão de pessoas. Mas, esse número diminuiu para 15 doadores na mesma proporção.
Quem falece de Covid-19 pode doar órgãos?
Segundo o Ministério de Saúde, pessoas que faleceram em decorrência de infecção por Covid-19 não podem doar órgãos, assim como ocorre com doadores que possuem qualquer doença infectocontagiosa.
Isso porque, caso o vírus esteja ativo no organismo do doador, não só a pessoa que recebe o órgão pode ser contaminada, como também a equipe cirúrgica durante o transplante.
Após 30 dias do início dos sintomas
Entretanto, uma resolução estabelecida pelo Sistema Nacional de Transplantes, em conjunto com a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) e o Ministério da Saúde determina que o paciente que teve Covid-19 somente pode doar órgãos depois de 30 dias do início dos sintomas.
Desta forma, somente pacientes que não transmitem mais o agente infeccioso podem doar. Ainda que a possibilidade de transmitir a doença a quem recebe um órgão doado seja muito baixa, é preciso adotar esse tempo como margem de segurança.
Órgãos são avaliados individualmente
Após o tempo definido como margem de segurança, ainda é preciso analisar alguns parâmetros para que a doação de órgãos seja autorizada.
Desse modo, cada órgão é avaliado individualmente antes de um possível transplante. Geralmente, o pulmão não pode ser doado, já que costuma ser o órgão mais acometido pela infecção.
Constatada a morte cerebral, também é realizado um novo RT-PCR para identificar se está negativo para infecção do coronavírus, e caso esteja positivo, a doação não é realizada.
Na verdade, como ainda estamos em pandemia, o teste negativo é obrigatório para qualquer doação de órgão, mesmo que a Covid-19 não tenha sido a causa do óbito. O procedimento visa trazer uma segurança maior para as pessoas que receberão esses órgãos e também para a equipe médica que realizará o procedimento de retirada e transplante.
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Ser doador de órgãos é salvar vidas
Apesar de haver necessidade de todos esses cuidados para doação de órgãos durante a pandemia, muitos pacientes precisam de um transplante para sobreviverem.
Uma atitude que pode salvar várias pessoas que esperam na fila por um transplante é se afirmar como um doador ainda em vida e conversar a respeito com a família, já que a decisão da doação de órgãos e autorização é de responsabilidade da família. Leia também o artigo Doação de órgãos: saiba como proceder.
Para isso não é necessário buscar uma entidade específica para realizar a doação de órgãos. Se uma pessoa tiver morte cerebral em um hospital, a equipe médica responsável, por lei, deve comunicar a central estadual de transplantes.
Dessa maneira, inicia-se o processo para confirmar o diagnóstico de morte cerebral. Quando positivo, a equipe médica informa aos responsáveis sobre a possibilidade de doação, explicando e orientando como essa atitude pode salvar tantas vidas.
Ainda tem dúvidas se quem falece de Covid-19 pode doar órgãos ou quer saber mais? Deixe seu comentário. Ficaremos felizes se pudermos ajudar!