Diante do acontecimento de tragédias, como a da escola Professor Raul Brasil, ocorrida no último dia 13 de março de 2019 em Suzano (SP), é preciso que sobreviventes e familiares que passaram pela perda recebam cuidados para que não desenvolvam transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), um transtorno de ansiedade que pode gerar sintomas vários meses ou anos após o incidente.

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Segundo profissionais de saúde mental, esses sintomas podem acometer até pessoas que não têm relação com as vítimas, mas que tiveram conhecimento por meio da mídia e ficaram abaladas. Estas também devem ser acolhidas e ajudadas a superar o luto coletivo causado pela tragédia.

Acompanhamento psicológico

Os cuidados consistem em acompanhamento por meio de sessões de terapia, para que os enlutados possam dar vazão às emoções e não desenvolvam comportamentos nocivos como, por exemplo, o consumo abusivo de álcool. Um quadro de ansiedade extrema, no qual a pessoa sente dificuldades para se expressar, pode até necessitar de medicação para amenizar os sintomas.

E nos casos em que os sentimentos negativos persistem por mais de um mês e são acompanhados por pesadelos, medo e sintomas de depressão, existe a possibilidade de que o transtorno de estresse pós-traumático tenha se instalado e este pode causar problemas para dormir, dificuldade de concentração, culpa, entre outros.

Especialistas no assunto afirmam que o mais importante é dar apoio psicológico para que as pessoas enxerguem a tragédia por outro ângulo, se sentindo amparadas e protegidas para que possam se cuidar, valorizar mais a vida e a família, ter urgência em buscar a felicidade.

Trauma vicário ou estresse traumático secundário

Até pessoas que não estavam presentes na tragédia e não têm qualquer relação com as vítimas podem sofrer seus impactos. E o primeiro passo para superar o trauma vicário é aceitar o sofrimento provocado.

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Luto coletivo

Bombeiros e profissionais de saúde que lidam com pessoas traumatizadas estão mais sujeitos a esse quadro, por isso precisam estar preparados para lidar com sofrimento intenso, caso contrário, podem chegar a um limite e até adoecer.

Desta forma, o trauma precisa ser trabalhado de maneira coletiva, pensando em formas de unir as comunidades envolvidas, pois é do coletivo que vem a força de reconstrução.

Sintomas

Os sintomas do trauma vicário ou estresse traumático secundário são semelhantes aos do TEPT, mas menos intensos. A condição pode envolver fadiga crônica, tristeza, raiva, exaustão emocional, vergonha, medo e desconexão, entre outros sentimentos. Pessoas que vivenciaram experiências semelhantes correm o risco de sofrer uma acentuação dos sintomas e desenvolver o estresse traumático secundário.

Atenção especial aos sobreviventes

Os sobreviventes são, ao mesmo tempo, testemunhas. Estas são duas experiências muito fortes, por isso o cuidado deve considerar os registros sensoriais vinculados ao trauma, como barulhos, cheiros, cenas e movimentos. Pois caso não sejam tratados, o trauma pode permanecer.

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Estágios de superação

Segundo a revista da American Psychological Association, os sobreviventes de uma tragédia passam por três etapas no processo de superação.

1 – Imediatamente após o evento, a fase envolve sentimentos de negação e descrença. Nesse momento, a ajuda profissional deve oferecer informações e explicar que essas reações são normais.

2 – Nesta fase, algumas semanas após o ocorrido, os sentimentos mais comuns são medo, raiva, ansiedade, dificuldade em prestar atenção, problemas para dormir e depressão.

3 – E a última fase, que se encontra vários meses após  o massacre, os sentimentos negativos tendem a se dissipar. No entanto, quando persistem, precisam de cuidados especiais.

Homenagens

A homenagem às vítimas também são eficientes na recuperação, segundo estudos.

Quer saber mais sobre cuidados para que traumas não afetem nossa saúde mental? Deixe seu comentário ou entre em contato conosco. Ficaremos satisfeitos em ajudar!