Todos nós sabemos que dar adeus às pessoas que amamos é um momento doloroso. Os ritos de passagem são de grande importância nessas situações, visto que auxiliam os enlutados a se despedirem e terem um novo olhar sobre a morte.
Seguindo essa premissa, as religiões têm diferentes modos de enfrentar a morte e cada uma delas conta com suas próprias cerimônias funerárias, que seguem as crenças e cultura dos seus fiéis.
Cerimônias funerárias nas religiões
Veja a seguir como as principais religiões costumam se despedir dos seus falecidos.
Catolicismo
No catolicismo é comum adornar a cerimônia com velas e flores.
Os católicos geralmente realizam o velório e o enterro dentro de 24 horas após a morte. Quando possível, preferem realizar a cerimônia com a urna aberta para que os familiares possam se despedir.
Além disso, também realizam missas e entoação de cantos, com a bênção de um padre para que o espírito se prepare para a vida eterna.
Outro costume é enviar coroa de flores, assim como adornar a cerimônia com elementos da religião, como: velas e a cruz. Há também duas datas importantes: a missa de sétimo dia e o Dia de Finados. Leia também Como é celebrado o Dia de Finados ao redor do mundo.
Espiritismo
Para os espíritas, a morte não é o fim, mas uma passagem deste mundo para o outro.
No espiritismo acredita-se que a morte, chamada também de desencarne, não é o fim, e sim uma passagem deste mundo para o outro.
Em outras palavras, a doutrina crê que apenas deixamos o corpo físico para viver como espíritos até reencarnarmos em outro corpo com uma nova missão, para aprimoramento e evolução.
As cerimônias funerárias espíritas costumam acontecer de maneira semelhante a de outras religiões. Normalmente, são feitas preces para que o falecido busque entender o ocorrido e manter o equilíbrio, mas diferentemente dos católicos, não são usadas flores ou velas e o corpo pode ser sepultado ou cremado normalmente.
Budismo
No Budismo, o falecido é homenageado sete dias após a sua morte e a celebração é repetida a cada sete dias até os 49 dias de falecimento.
Celebrado em várias partes do Oriente, o budismo costuma ter cerimônias funerárias diferentes de acordo com cada país. Um dos costumes é homenagear o falecido sete dias após sua morte e essa celebração deve ser repetida a cada sete dias, até alcançar 49 dias de falecimento ou sete reuniões.
O budismo também tem como tradição os “ofícios memoriais”, cerimônias oferecidas pelos familiares, em aniversários de morte específicos, como de um ano, de três anos, de sete, treze, dezessete e trinta e três anos, celebrando a memória da pessoa que se foi.
Protestantismo
Durante o funeral protestante, são realizadas as leituras da Bíblia.
Para os protestantes não existe reencarnação, mas a crença em céu e inferno. O julgamento não acontece pelas atitudes que a pessoa teve ao longo da vida, e sim pela fé que ela demonstrou ao Senhor.
O velório costuma ser feito para auxiliar a família enlutada e não para se despedir do falecido. Durante a cerimônia, são realizadas as leituras da Bíblia e os participantes acompanham o enterro.
Os protestantes não costumam fazer cultos fúnebres, mas caso a família queira, é realizado um culto de gratidão a Deus pela vida de quem partiu.
Candomblé
No Candomblé, o ritual passa por várias etapas para que o espírito se desprenda do corpo material.
Para o candomblé, a morte não é um fim, mas apenas um rito de passagem no qual ocorre o desprendimento entre espírito e corpo material.
O ritual após a morte é dividido em várias etapas para que esse desprendimento ocorra e só depois disso é que ocorre o velório, para que o espírito encontre seu lugar de origem.
O ritual é renovado após um ano do falecimento e repetido pelos três anos seguintes.
Judaísmo
Na cerimônia de despedida do Judaísmo, as mulheres cobrem a cabeça com um lenço e os homens usam o quipá.
No judaísmo, o momento é dedicado a reunir os familiares e pessoas próximas para homenagear o falecido, exaltando suas qualidades e comentando as boas ações que realizou em vida.
Para honrar o falecido e proporcionar conforto espiritual à sua alma no encontro com Deus, a família oferece donativos a entidades em seu nome.
Na cerimônia de despedida, as mulheres cobrem a cabeça com um lenço e os homens usam o quipá, e não se oferecem pêsames aos familiares, pois para os judeus não há palavras capazes de expressar a dor da perda.
Como a exposição do falecido é considerada um desrespeito, geralmente o velório é realizado com urna fechada e sem cantos ou músicas, apenas orações.
A colocação da lápide varia dependendo do país. No Brasil, é colocada após 11 dias de falecimento, já em Israel, o tempo mínimo é de um mês.
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Hinduísmo
No hinduísmo, durante a cerimônia lê-se o texto sagrado pedindo que a alma encontre iluminação.
Nas cerimônias funerárias do hinduísmo, o velório é uma fase intermediária. As fases mais importantes são a preparação do corpo e a cremação, por isso não há regras sobre como deve ser realizado o velório.
Um dos costumes é jogar pétalas de flores (rosas, jasmins e margaridas) sobre o corpo e rodeá-lo três vezes, número sagrado no hinduísmo, por representar as divindades Brahma, Shiva e Vishnu, ou o ciclo completo da existência.
Alguns costumam deixar cartas sobre o corpo ou realizar leituras do texto sagrado, pedindo para que a alma quem partiu encontre a verdadeira iluminação.
Islamismo
No Islamismo, o momento pede trajes respeitosos, no qual as mulheres devem manter as cabeças cobertas.
Nas cerimônias funerárias dos muçulmanos, o velório também é considerado uma etapa intermediária entre preparação e sepultamento, pois precisam sepultar os falecidos com mais rapidez com tempo hábil apenas para as burocracias.
O momento pede trajes respeitosos, no qual as mulheres devem manter as cabeças cobertas, mas sem a necessidade de usar preto.
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