Atualmente, setembro se tornou especial. A Campanha Setembro Amarelo  é dedicada à prevenção de suicídio e o mês é uma grande oportunidade de compreender que favorecer o debate e aumentar a disseminação de informações a respeito do tema pode salvar inúmeras vidas.

Segundo dados da OMS, esta é a segunda maior causa de morte de jovens entre 15 a 29 anos e cerca de 90% dos casos poderiam ser evitados.

Muitas vezes, a ausência de comunicação pode ser um dos fatores determinantes para que o suicídio seja consumado. Ao contrário do que muitos pensam, não se trata de um ato solitário. Boa parte das pessoas dão sinais sutis que precisam ser levados a sério por familiares e/ou amigos.

 

Sinais perceptíveis

Através da Campanha Setembro Amarelo é importante destacar que traumas ou preconceitos sofridos são considerados apenas fatores vulnerabilizantes, não propriamente causas de suicídio, mas “motivos complementares”, que agravam a situação de quem já tem essa intenção.

Embora muitos de nós sequer percebamos, os sinais mais comuns são atitudes como resolver pendências (para não deixar nada mal solucionado), isolamento,  falta de esperança, problemas de conduta ou mesmo manifestações verbais, como a expressão das intenções propriamente ditas.

Esses sinais, entre vários outros que muitas vezes podem ser interpretados como chantagens emocionais, são indícios claros e quase sempre agregam um estado de doença mental que distorce a percepção da realidade do indivíduo, de forma a fazê-lo enxergar o próprio “desaparecimento” como única solução, ou ainda como um ato de coragem.

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Setembro Amarelo: Como ajudar?

A principal maneira de ajudar alguém com essas tendências ou intenções é o diálogo. Estar disposto a ouvir sem julgar, manter-se presente, falar abertamente e sem preconceitos sobre o assunto já ajuda muito.

É importante saber que não há propriamente uma “receita perfeita”, muito menos um manual de instruções para isso. Cada ser humano é único, assim como seus sentimentos e o impacto que sofrem. Mas é imprescindível a conversa constante, o cuidado e a ação imediatas.

Caso suspeite que alguém próximo a você apresente sinais de uma crise suicida, fale abertamente: pergunte a ele “com todas as letras”, questione sobre as razões, métodos e motivos, e esteja aberto a escutar.

Dedique tempo e calma a esse momento, ouvindo com atenção, pois geralmente quem passa por isso acaba desabafando quando sente uma real oportunidade, ou quando percebe que alguém realmente se importa. Dados das instituições de prevenção diretamente ligadas à Campanha  Setembro Amarelo mostram que, ao falar sobre o assunto e revelar seus sentimentos, as intenções reduzem consideravelmente.

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Onde buscar ajuda?

Às vezes podemos não nos sentir preparados para ajudar da forma correta a quem amamos, mesmo reconhecendo que o problema é grave. Nessas horas, é imprescindível saber onde encontrar ajuda, e incentivar a busca por ela.

Há inúmeros centros especializados que atendem presencialmente, online ou por telefone, de forma gratuita e que estão engajados ao Setembro Amarelo. Algumas opções são:

 

CVV – Centros de Valorização à Vida

Ligue de qualquer telefone fixo ou celular para 188. A ligação é gratuita e não é necessário se identificar, ou acesse o site cvv.org.br para mais informações.

 

CAPS – Centros de Atendimento Psicossocial

Possuem atendimento interdisciplinar e priorizam casos de sofrimento e transtornos mentais. Os telefones do CAPS de Santa Bárbara está localizado à Rua Floriano Peixoto, 620/621, Centro,  e os telefones são (19) 3463-5758 e (19) 3454-7115.

 

UBSs – Unidades Básicas de Saúde

A alternativa mais buscada e de mais fácil acesso, por ter mais postos, espalhados nos mais remotos lugares.

 

Ajuda Psicológica Gratuita

Algumas Universidades públicas e particulares no Brasil, que possuem o curso de Psicologia, oferecem atendimento psicológico gratuito. Há ainda psicólogos particulares que oferecem uma espécie de “cota de atendimento social”, destinado à pessoas em situação vulnerável.

 

O médico, cientista e escritor, doutor Dráuzio Varella, afirmou certa vez que “o suicídio é uma solução permanente para um problema temporário.” Sabemos que se trata de um problema real e muito mais frequente do que se imagina. No contexto atual, fica ainda mais flagrante a necessidade de alerta e prevenção.

É preciso conscientizar a sociedade com a máxima urgência de que, sem sombra de dúvida, estamos diante de um dos maiores males da nossa sociedade, mas que, assim como o problema, os remédios (carinho, cuidado e informação) estão igualmente em nossas mãos.

Quer saber mais sobre a Campanha Setembro Amarelo ou ficou com alguma dúvida? Deixe seu comentário. Será uma satisfação poder ajudar!