Você sabe o que dizer quando alguém morre?

A perda de um ente querido é sempre um momento delicado. A presença e o apoio dos parentes e amigos em momentos como esse é fundamental para suportar a dor. No entanto, são poucas as pessoas que sabem o que dizer nessas horas, justamente pelo fato da maioria não ter muita noção de como abordar esse tema.

Para auxiliar em uma situação como esta e para que seja possível conseguir ajudar verdadeiramente os enlutados, seguem algumas orientações a respeito.

O poder da empatia na hora de ajudar os enlutados

Alguém muito sábio já disse “o lugar mais complicado do mundo para se estar é o ‘lugar do outro’”. Este é precisamente o conceito de empatia. Um sentimento tão nobre quanto necessário, que nos permite tentar entender a dor do outro, ainda que não a sintamos. A empatia é uma excelente maneira de descobrir as melhores formas de agir.

Cada ser humano reage ao luto à sua própria maneira e, muitas vezes, oferecer conforto, carinho e compreensão costuma ser a melhor forma de apoio a um enlutado.

Mesmo o silêncio tem seu valor nesses momentos: pode ser que um abraço terno e uma oferta de ajuda ou disponibilidade funcione muito melhor que inúmeras palavras.

Assim, se surgirem dúvidas sobre como agir ou o que dizer quando alguém morre, pratique a empatia. Você descobrirá uma maneira adequada de ajudar.

 

6 dicas importantes sobre o que dizer quando alguém morre

Comunicar-se de forma adequada é importante para que a ajuda que se oferece seja eficaz. Confira, a seguir, algumas dicas de frases e orientações de como se expressar em momentos assim.

“Se precisar, estou aqui”

Esta frase representa, ao mesmo tempo, disponibilidade e liberdade. Deixa claro que você respeita o processo de luto pelo qual a pessoa passa, sabe que ela tem o tempo dela e que pode precisar de espaço para refletir, ao mesmo tempo que se dispõe a estar perto o suficiente, para o caso de ela sentir que precisa de ajuda.

“Não tem problema chorar”

Em momentos de luto, é comum sentir necessidade de extravasar a dor de alguma forma. No entanto, embora haja essa necessidade, nem todo mundo consegue se expressar com a naturalidade que gostaria.

Por vezes, é necessário que alguém verbalize nitidamente que não há problema algum em chorar, por exemplo, para que a pessoa finalmente consiga expor seus sentimentos. É quase como uma permissão para desabafar, uma forma de dizer que ela não será julgada ou vista como “mais fraca” por isso.

“Não tenho ideia da dor que você está sentindo”

Algumas pessoas infelizmente se confundem um pouco, e acabam errando na aplicação do conceito de empatia. Compartilhar experiências pessoais pode não ser o mais adequado, afinal, a pessoa enlutada já tem a própria dor, e outras pessoas relatando seus próprios sofrimentos torna tudo ainda mais difícil.

Por mais que se acredite compreender a dor do outro, é sempre bom lembrar que somos seres individuais, diferentes, e reagimos de forma peculiar. Assim, a melhor abordagem ainda é a que envolve humildade, respeito às crenças e ao tempo de cada um, deixando a pessoa livre para enfrentar o luto, fazendo-a sentir que tem apoio para suportar essa dor e expressar-se como achar melhor.

“Como você está lidando com a dor?”

Há ainda a possibilidade de que a pessoa esteja em um momento de evitar encarar a situação, uma espécie de fuga pessoal do luto. Neste caso, mais uma vez a empatia é indispensável.

Pergunte à pessoa – literalmente – como ela está lidando com a dor. Permita que ela entenda que ela vai precisar entrar no processo de luto para poder superar toda essa situação, e deixe claro que ela pode contar com você para isso.

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Sugira um programa ou tome a atitude

O luto não acaba após o velório. E essa dica será bastante útil para a retomada da vida cotidiana, pois ainda que se passe algum tempo, a vida do enlutado ficou com um espaço vazio: os locais que frequentava, os aniversários, as menores tarefas serão muito difíceis sem a pessoa querida que se foi, especialmente quando se trata de entes mais próximos ou de convivência diária, como pais, filhos ou cônjuge.

Nessas situações, caso haja proximidade física, a dica é continuar oferecendo ajuda, mas agora de forma mais prática. Boas opções de coisas a se fazer pelo enlutado são: ir ao mercado fazer a compra semanal (pois o luto traz a tendência de esquecer ou deixar de lado tarefas básicas), ajudar com a limpeza da casa ou mesmo tentar tirar a pessoa de sua rotina de dor, levando-a a algum lugar diferente dos que ela (ou o falecido) costumava frequentar.

“Eu sei que você vai seguir com a sua vida quando estiver preparado”

A readaptação da vida após o luto pode não ser das mais fáceis, e dificilmente se consegue pensar no futuro, muito menos em superar a dor que, naquele instante, parece intransponível. Essa recuperação se dará com o tempo, e de forma totalmente particular.

Pode-se, no entanto, ajudar a pessoa a refletir que, por mais doloroso que seja, esse momento vai passar. É preciso esclarecer que ela continua viva, e que não demonstrará menos amor a esse ente querido, nem será uma pessoa ruim se resolver seguir sua vida, quando sentir que está pronta para tanto.

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O que não fazer ou dizer nesses momentos

Mais importante do que saber o que dizer quando alguém morre, é ter noção de como não se expressar nessas horas. O pesar sentido pode ser aumentado ou aliviado, a depender do que se ouve de pessoas próximas, ou da forma como se comportam em relação ao enlutado.

Algumas atitudes que devem ser evitadas:

Não se manifestar, ficando em silêncio ou afastado

Isso pode demonstrar que você não se importa com a dor do outro.

 

Dizer que o enlutado “está lidando muito bem” com o luto

Pode ser que a pessoa apenas esteja ocultando a própria dor, e não necessariamente que a tenha superado.

 

Afirmar que o falecido “iria preferir que fosse assim”

Depois que alguém falece, é impossível tentar presumir o que ele desejaria que ocorresse. Pode causar discussões (completamente evitáveis) com a pessoa que já está sofrendo o suficiente pelo luto.

 

Usar a famosa frase de que “todos passam por isso em algum momento”

Pode até ser verdade, mas essa atitude pode denotar menosprezo pela dor alheia.

 

Perguntar “como você está?” ou “tudo bem?”

Perguntas como essas são desnecessárias. É óbvio que o enlutado não se sente bem, e pode acabar mentindo para não parecer descortês, ou mesmo para não ficar em uma situação desconfortável.

 

Expressar-se com “meus sentimentos” ou “meus pêsames”

Clichês assim se tornaram vazios de significado com o tempo. Ao invés disso tente ser solidário e busque uma maneira gentil de expressar seu pesar.

 

Solidariedade e empatia sempre são as melhores atitudes quando se tem por perto alguém enlutado. Tentar compreender e respeitar a dor do outro é o mais importante. O apoio de amigos em momentos difíceis faz perceber com quem se pode contar de verdade.

Você tem alguma dica sobre o que dizer quando alguém morre? Deixe seu comentário. Você poderá ajudar outras pessoas.