Você sabe como falar de morte com as crianças? O assunto não é fácil, mas inevitável.

Seja a morte de uma pessoa querida ou de um animal de estimação, todos nós acabamos passando por esse momento, por isso, este é um assunto necessário e não existe uma idade certa para tratá-lo.

O fim da vida só é identificado pela criança como algo ruim após os sete anos, no entanto, apesar de o entendimento do conceito depender da idade, não significa que ela não perceba o fato ocorrido, em si. Desta forma, os adultos são fundamentais para explicar que a morte faz parte do ciclo da vida.

 

Mas como falar de morte com as crianças?

É difícil dizer o que as crianças entendem em cada idade, mas é certo que são capazes de perceber mudanças no clima e nas emoções da casa. Uma criança com até três anos, por exemplo, não compreende que a morte é definitiva e irreversível, mas entende que não brincará mais com seu avô ou que sua mãe não a levará mais à escola.

Quando mais velhas, percebem a morte e precisam de explicações concretas para entender como a pessoa que morreu não vai mais abrir os olhos, falar ou comer. É a partir dos 12 anos que o processo de morte pode ser melhor entendido pela criança.

 

Como abordar o assunto

Para começar a falar de morte com as crianças e ajudá-las a entender o fato como algo natural, o indicado é conversar sobre a morte de uma planta e até mesmo do animal de estimação que adoeceu e morreu, explicando o processo de envelhecimento. Livros com palavras simples podem auxiliar a conversa.

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Falar e ouvir a criança

É importante encorajar a criança a expressar o que sente, deixando-a perguntar o que quiser. Da mesma forma, o ideal é responder todas as perguntas utilizando palavras simples para que ela possa compreender perfeitamente o processo natural de falência humana.

 

Expressões a serem evitadas

Ao falar de morte com as crianças, uma dica importante é evitar usar termos como a pessoa “dormiu para sempre” ou “descansou”, pois elas podem sentir medo na hora de dormir ou achar que alguém que morreu poderá acordar.

“Fez uma longa viagem” ou “foi embora” também são expressões que podem confundi-las, levando-as a acreditar que todos os que fazem uma viagem podem nunca mais retornar ou que a pessoa que morreu poderá voltar um dia.

 

Processo de luto

Se alguém perto da criança faleceu, esta não deve ser excluída da experiência da perda como forma de poupá-la. Ela precisa saber que a morte existe e aceitá-la para poder passar pelo processo do luto.

Cada criança passa pelo luto de formas diferentes e esse processo é fundamental para seguir em frente sem criar culpa, medo ou traumas.

Apesar de ser extremamente doloroso ver uma criança sofrer com uma perda, essa tristeza natural do luto a ajudará a passar pela fase da aceitação e a aprender a lidar com esse sentimento.

É comum que o primeiro ano do luto venha com dificuldades em transformar o sentimento em palavras, por isso, às vezes, a criança pode demonstrar um comportamento agressivo. Pais e cuidadores precisam estar atentos aos sinais de tristeza, pois quanto mais cedo receber apoio e suporte, mais forte ela ficará.

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Despedida

O funeral só deve ser assistido pela criança caso ela queira e não se deve fazê-la sentir-se culpada se não desejar estar presente. O momento é de apoio das pessoas de sua confiança.

Se a decisão for de ir ao enterro, é fundamental explicar como tudo será e que ela presenciará cenas tristes, como a existência de pessoas chorando.

 

Família como exemplo

Por isso a família é essencial nesse crescimento da criança sem traumas. Se os pais têm medo da morte e tentam poupá-la, ela reagirá da mesma forma. Mas se eles mostrarem naturalidade o ciclo da vida, a criança lidará com a morte sem problemas.

O importante é lembrar que a vida também é feita de despedidas e a criança é capaz de entender isso. Quanto mais informações ela receber, menos doloroso será o luto.

 

Você já passou pela experiência de ter que falar de morte com as crianças? Tem alguma dica? Compartilhe com a gente e ajude outras pessoas.